sexta-feira, 23 de agosto de 2013

E então, assim emergiu. Emergiu de uma pureza, com delicadeza em cada passo. susteve a respiração e então desabrochou um suspiro do tamanho de um buraco negro. Fechou os olhos pela centésima vez nesses breves segundos, e caminhou de novo. Nada viu, tudo sentiu. Sentiu fresco nos seus despidos pés. Sentiu arrepios na sua nuca, com um trémulo movimento. Cambaleou, e decidiu ficar por ali. Tudo era tão forte naquele momento. Voltou atrás como sempre fez, como sempre faz, com medo do mistério que a aguarda com um forte e terno abraço. Caminhou em direcção ao lago, este com a luz reflectida pela lua cheia, com o céu limpo de estrelas. Parou, olhou e sentou-se à beira do lago. Contemplou a margem da água e tudo à sua volta, calma quanto pode ser uma floresta a dormir. Reclino-se para trás, colocou os pés na água e deitou-se por cima daquele musgo cheio de orvalho. Não pensou nem recordou. Viu, sentiu aquilo que nunca aconteceu. E então, sorriu

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