quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


pena, uma pequena pena caída de um corpo de uma ave e levada pela ventania de um dia comum a tantos outros. um ponto branco num céu tão preenchido de azul. uma pena suave como algodão, como a pétala de uma rosa vermelha. uma pena esquecida como tantas outras, uma pena igual e dispensável como o resto. uma pena apanhada por uma doce e pequena menina. uma pena que agora enfeita o canto inferior de um espelho grande com palavras escritas a lápis. uma simples pena que deixou de ser simples e começou a ser utilizada como uma mais valia. como um marcador de um lindo livro com páginas velhas e enrugadas. uma pena, uma pena que agora é minha. apenas minha.

dias, horas, segundos, desabafos

hoje o luar está completamente perfeito. uma meia lua que está quase no quarto crescente. linda, completamente linda. digna de uma noite de calor, de uma noite de verão.
um luar completamente perfeito para nós os dois.
um luar no cimo de uma montanha, abraçada a ti, deitados na terra cheia de ervas daninhas.
um luar na praia, com o corpo coberto de areia.
um luar no campo, sentados debaixo de uma nespereira, encostada a ti.
um luar num banco de jardim, com a minha mão enrolada na tua.
dava tudo para estar contigo agora, fosse onde fosse. um lugar sossegado, apenas para nós os dois.
apenas agarrada a ti, com esse corpo quente, com esse teu olhar penetrante e acolhedor.
queria mesmo que me levasses e (...) porque é que não pode ser tão simples como isto?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O DITO CUJO!


Amor, que confusão!

Porque é que ainda tento entender o que é o amor?
É um sentimento, ou mesmo uma "coisa" que me atormenta todos os dias, todos os minutos e segundos da minha mísera vida de adolescência.
De facto, se este não existisse talvez não fosse tão feliz e tão parva como sou agora.
Amor, Amor. Palavra com a primeira letra do alfabeto. Ridículo, insuficiente, inesperado. Uma treta. O amor, aquilo que nos faz escrever o nome do nosso amado no canto dos cadernos, com montes de corações à volta. É óbvio que não reparamos que o fazemos pois estamos entretidos e enrolados nos nossos pensamentos de um beijo longo. Que foleirice.
Depois aquela palavra que é como uma avalanche ou um maremoto no nosso coração. "Amo-te".
Porra, poucas letras e bastante sentimento. Isto da "coisa" surgir bastante na adolescência é um bocado doentio. O amor, ou "a coisa" de certa forma leva-nos à condenação, e lá no fundo, pode ser um meio caminho andado para as doenças sexualmente transmissiveis.
Que pânico!
Depois, quando agimos como umas crianças apaixonadas, fazemos as piores figuras da nossa vida.
O amor, lá no fundo no fundo mais escuro é bom. É bom e é uma coisa magnifica.
O amor, o melhor amor, deve ser o desta altura, o da adolescência. Eu gosto. Já não consigo ver aquele bicho de sete cabeças que entrava em todos os meus sonhos.
"A coisa" não é má de todo. Se for correspondido é claro. Não há nada pior do que gostar de uma pessoa, e esta nem o nosso nome saber. A sorte é que passa rápido. Mas quando temos alguém com quem partilhar "a coisa", nada pode ser melhor. Tudo se torna mágico e único. Apenas aquele casalinho de adolescentes, que nos intervalos das aulas dão a mão e trocam uns beijos e que com o passar do tempo, estes começam a tornar-se mais intensos.
O amor, aquilo, invade-me o pensamento sempre que pode.
O amor, AMOR, continuo sem saber o que é, mas felizmente (ou infelizmente) posso dizer que o sinto diariamente, e ainda posso dizer que partilho "a coisa" com a melhor pessoa deste Mundo. E como é óbvio, este amor ainda não nos causou doenças. A não ser esta virose de saudades.
Amo-te de uma forma ridícula. És o meu DAMO!


domingo, 10 de janeiro de 2010

Dreams

sonho bastante, e raramente me lembro do que sonho. acho que isso é super normal, por isso é que acontece tanto.
os meus sonhos tornam-se, na maior das vezes, na pura e dura realidade E estupidez.
sonhava com mortos, com escola, com amores, com beijos, com concertos, com bichos horríveis que vivem na floresta. enfim, coisas estúpidas e ridículas. coisas que deveriam ser proibidas de se sonhar.
agora os meus sonhos já não são estúpidos e ridículos como eram antigamente, porque agora, sempre que me recordo dos meus sonhos, apareces lá tu. sempre que fecho os olhos, apareces lá tu sempre para melhorar o meu sonho e o meu sono. agradeço-te por isso.
agradeço-te por me dares uma boa noite de sono e por (com toda a certeza) fazeres aquele sorriso infantil surgir no meu pequeno e redondo rosto.
agradeço-te por já não acordar sobressaltada durante a noite e por já não ter aqueles arrepios frios que temo bastante.
quero dormir só para poder sonhar com os teus beijos, com o teu toque e com esse teu olhar quente e acolhedor.
nunca me sais do pensamento, nem nos meus sonhos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mais uma carta em busca de uma resposta

"Meu amor,
aqui te escrevo mais uma carta, que sei que nunca chegará ás tuas mãos. Esta vai ser apenas mais uma na minha estante perdida entre o monte de pó que a cobre.
Tenho saudades tuas, e agora sinto-as mais que nunca. Como poderei dizer? ... Fazes-me falta.
Abandonas-te o meu ser antes de eu poder dar uma ultima golfada de ar. Deixaste-me despedaçado e incompleto. Estou certamente sozinho. Apenas com as minhas inúteis e apaixonadas cartas.
Ainda tenho a tua fotografia na parede da sala, e todos os dias, quando saiu de casa, dou-te um beijo e desejo-te um bom dia. Gostaria que me retribuísses o beijo, ou que apenas o teu sorriso fosse mais real.
Continuo a lavar a tua roupa na esperança que venhas a meu encontro. Tenho frio durante a noite. Aquela cama grande é demais para mim. Era perfeita para os nossos dois corpos.
Espero que estejas bem no sitio onde estás. Tenho muitos nomes para esse sitio, mas espero que estejas mais feliz que eu.
Tenho falado com a Clara, e ela está a levar uma vida melhor que eu.
Continuo a fotografar, e no outro dia tive uma sessão fotográfica em Londres. Tentei espairecer, mas quando cheguei a casa e não te vi cá fiquei pior que um morto. A minha esperança foi pelo cano abaixo, como costumo dizer.
Estive a mexer nos nosso álbuns e decidi meter todas as fotos no meu escritório. Deu, de facto, um ar mais vivo aquele ninho de pó.
Ai onde estás não me podes mandar nem uma carta? ... Oh que parvoíce, é claro que não. Talvez tenham um outro modo de comunicação. Fogo, estou com tanto frio. Se calhar deixei outra vez a janela da varanda aberta. Aqui o tempo anda muito mal. Tem estado uma ventania louca. Hoje o chapéu de uma velhinha voou e bateu no vidro da frente dum carro, e este ia quase se estampando contra o semáforo. Espero que aí não faça tanto frio. Ou então agasalha-te bem. Ainda aqui tenho o teu casaco preferido. Aquele castanho com pelinho por dentro. Ficava-te demasiado bem. Ficavas mesmo bonita.
Continuo a por fotografias no meu fotoblog, mas agora apareço apenas eu e as minhas paisagens. Estou farto de dizer que foste-te embora repentinamente e me deixaste sozinho com a minha máquina fotográfica.
Ontem fui ao cemitério, e quando vi a ta campa, deitei as flores para o chão e fui-me embora a correr. Não, tu não morreste. Tu foste-te embora sem me avisares e deixaste-me sozinho e abandonado.
Sinto-me pobre.
Não tenho comido nada. Os teus cozinhados eram a única coisa capaz de me abrir o apetite.
O filho do André vai casar par o mês que vem. Pedi-lhe que reserva-se dois lugares para o copo de água. Insisti dizendo que te iria levar comigo. Ele apenas disse: "Sei que um dia irás passar isto. É só preciso respirar fundo e caminhar em frente". Cada vez que tento respirar fundo, o peito doí-me, e começo a ficar sem ar. Ultimamente tenho chorado bastante, e tenho passado a maior parte do tempo sentado na poltrona ao pé da janela da varanda. Já vi chover, já vi o granizo cair, já vi fazer sol e quase, quase que vi nevar.
Como vês, os meus dias sem ti são como uma praia sem sol, como um copo sem água, como um campo sem árvores ou mesmo como um jardim sem crianças.
Fazes-me demasiada falta. Não sei se aguento mais. Se não vieres, vou eu ao teu encontro. Tenho enchido a banheira e tento ficar mergulhado sem ar debaixo de água, mas parece que algo ou alguém me puxa para cima, e o ar enche de novo os meus pulmões. É mais forte que eu.
Hoje vou-te encontrar de novo. Nem que seja em mais um dos meus sonhos. Ou tentativa de sonhos...

Com muito amor e cheio de saudades,

Miguel"

sábado, 2 de janeiro de 2010

close your eyes

tenho medo de fechar os olhos e de não te encontrar ao meu lado como sempre esperei. mas esse medo não pode existir para sempre, por isso, mais uma vez eu fecho os olhos.

fecho os olhos e...

lá estás tu de novo com o teu lindo sorriso e com o teu jeito engraçado de falar. abraças-me com demasiada força e o ar que esperava receber evaporou-se e fiquei sem respirar por momentos. pousaste-me e inalei esse teu cheiro tão delicioso. de seguida, peguei na tua mão, e como hábito, estava demasiado quente quando tocava na minha. aproximei a minha face á tua e toquei com os meus lábios nos teus. depois senti o teu viciante hálito fresco e no final mordeste-me a língua devagar, como tens sempre cuidado. como sempre, deixei o melhor para o final, e cruzei o meu olhar com o teu. todo o meu corpo se sentiu quente e senti um arrepio gelado na espinha. não era nada de novo. os teus olhos cor de mel estavam a sorrir para mim. transmitiam-me segurança e davam-me vontade de te beijar vezes e vezes sem conta, até te deixar sem fôlego.

beijas-me sem parar e juntas o meu corpo ao teu. fazes pressão na minha cintura, e começas-me a guiar para o teu quarto. atiras-me para a cama, e o teu olhar de satisfação em veres-me assim na tua confortável cama fica cada vez maior.

vens na minha direcção e deitas-te por cima de mim bastante devagar. o teu corpo a ferver em cima do meu faz-me estremecer. o teu olhar come-me viva e enquanto me olhas trincas o teu lábio inferior. depois eu tento-te beijar, mas tu começas por beijar o meu ombro e percorres essa zona até ao meu pescoço.

sussuras: "cheiras bem". e mal dizes isso, os arrepios voltam de novo para o meu corpo.

sinto o teu hálito fresco em cima da minha pele e começas-me a trincar devagar, só para eu ficar habituada. mordes-me com bastante força no jugular e começo a estremecer.

vais em direcção aos meus seios e o teu olhar pesa em cima do meu. o teu olhar sedutor tira-me do sério. fecho os olhos e o ar começa a sair mais rápidamente da minha boca. sinto o meu coração em todas as partes sensíveis do meu corpo. oiço-te já de longe a dares uma pequena gargalhada, e quando abro os olhos, vejo-te já lá ao fundo de novo com aquele olhar demasiado excitante. o meu corpo treme por todos os sítios, mas não sinto frio em nenhum deles.

"cala-te", digo. de seguida, volto a fechar os olhos e o ar deixa de ser apenas ar e é acompanhado por um som bastante leve que é originado pela minha boca.

sinto-me nas nuvens, e o prazer é cada vez maior.

depois, volto a sentir o teu corpo em cima do meu, e enrolo as minhas pernas em volta do teu corpo. tocas-me em todos os pontos sensíveis do meu corpo; onde eu sinto o meu coração bater mil à hora. olhas para mim e eu peço de novo um beijo. não me recusas, e sinto os teus lábios gelados e suaves nos meus. trinco o teu lábio e um som sai da tua boca. "up's". olhas para mim, e o teu olhar dizes-me "vais paga-las". fogo, estou feita.

derrepente, como não estaria á espera, um gemido sai da minha boca, e depois é acompanhado com mais mil. sinto-me a ferver e o teu corpo começa a fazer movimentos repetitivos. o ar que sai da tua boca torna-se também pesado e tento calar-te com beijos, mas sou interrompida de novo por um gemido bastante forte. tento calar-me e começo a morder o teu ombro esquerdo. a tua boca vai para o pé do meu ouvido, e sinto a tua respiração quente e pesada. dizes "amo-te" e eu com bastante dificuldade em formar palavras digo "amo-te". tudo se repete e mordes de novo o teu lábio inferior e o teu olhar fica posto de novo em mim. um gemido sai da tua boca, e eu sou acompanhada por mais alguns e começo a contorcer-me contigo em cima de mim. depois, tens o cuidado de sair de cima de mim e de te deitares ao meu lado, encostado á parede.

"matas-me", e tu soltas uma outra gargalhada e agarras a minha cintura, puxando-me para ti.

ainda bem que fechei os olhos. será que ando com Visões?