sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

simples contas. por favor, para!


já fiz muitas contas. contas simples, contas confusas e contas impossíveis de se fazer. já errei mais do que devia errar e já acertei tantas vezes quantas errei.
já fiz contas à vida e tive que refazê-las pois estas estavam tão mal feitas que não era possível entende-las. já fiz contas por fazer e já fiz contas porque assim o tinha que ser. assim ordenava o tempo. o tempo que era o meu mestre e que me ensinava a fazer contas certas e erradas. não errava porque eu queria; eu errava porque ele comandava. assim o queria, e quem sou eu para questionar o tempo? sou uma mera pessoa que faz contas porque assim o tem que ser, mesmo que não seja do meu agrado. já fiz contas para outras pessoas e não pude ouvir aquele obrigado porque estas estavam mal feitas. mas conseguidas. mal executadas. contas que trago comigo no meu bloco de notas velho e rasurado, cheio de contas por fazer, por acabar. contas que não sei quando vou voltar a pegar nelas para fazer aquilo que o tempo ordena. não sou perfeita, embora o tempo o tente ser. eu não tento. nem sou. não sou perfeita porque trago milhares de contas no meu pensamento, milhares e milhões delas até.
se conseguiria viver sem estas contas? talvez, mas não o posso fazer. o tempo não é amigo para tanto. se o tempo manda, eu faço. é como o sol. o sol tem que nascer todos os dias. é a obrigação dele. a minha obrigação é fazer contas. por vezes o sol não se vê, e pensamos que ele não está lá e que a única coisa que vimos são as nuvens. é tal e qual como eu. eu faço as contas, mas por vezes estão erradas; mas estão lá. estão ali, bem assentes naquele pedaço de papel amarelado com gotas de tinta azul.
já tenho demasiadas contas naquele tão pequeno e cheio bloco de notas. por favor tempo, deixa-me voltar a fazer o que fazia antigamente. deixa-me voltar a viver a vida sem fazer estas contas tão confusas. estas contas que destroem o que resta da minha sanidade mental. por favor. é a única coisa que te peço. sem contas e sem este bloco de notas imundo e recheado de pecados.

(musica: Tool-Lateralus)