quinta-feira, 6 de maio de 2010

Primeiro dia


E depois desatamos a correr. Olhamos para trás, e eles ainda lá continuavam a abrir a boca e a provocar gritos estrondosos. Nós rimo-nos e continuávamos a correr como se o estivesse-mos a fazer pela nossa vida. Ainda murmurei para mim mesma "Espero que não venham a trás de nós." Estava a tremer um pouco, mas quando olhei para ti, vi que tudo valeria a pena. Sorris-te para mim, e deste-me a mão, continuando a correr. "Nem acredito que fizemos isto" disse eu, a tentar correr o mais depressa possível sem tropeçar em nada, nem nos meus próprios pés. Riste-te e disseste "Nunca pensei que o fizesses". De facto, não era nada inteligente o facto de estar-mos a fugir, e o pior foi os nossos pais nos terem apanhado. Para onde iria-mos nós agora? Poderia-mos ir para o Algarve como tu tinhas planeado, mas não era muito boa ideia começar uma viagem agora porque já a anoitecer. "Entra neste beco" disseste, agarrando o meu braço e puxando-me para um beco escuro, sem luzes nenhumas. Encontras-te um canto com umas escadas para um grande muro. Subi-mos e sentamo-nos junto ao muro ainda a ofegar. "Espero que eles não nos tenham visto a vir para aqui." Inclinaste-te e beijaste-me, e entre o beijo, mordiscas-te a minha língua devagarinho e soltas-te mais um riso. "Nunca pensei que fosses mesmo capaz de fazer isto Patrícia" Olhei incrédula para ti e disse "Tu ainda não sabes do que sou capaz!" Agarrei o teu pescoço e comecei-te de novo a beijar. Deitei-te no chão e deitei-me por cima de ti. Comecei a beijar-te e a beijar-te, e começas-te a colocar as tuas mãos por debaixo da tua camisola. "Não não, estava só a dar-te uns aperitivos." Deitei a língua de fora e pisquei-te o olho. Depois, voltei-me a sentar-me e compus-me. Sorris-te e tentas-te conter o desejo.
Ficamos sentados no muro a observar o luar à espera que não nos apanhassem e que nos deixassem finalmente em sossego.

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