domingo, 3 de outubro de 2010

A chuva e tu


Gosto de acordar com o som da chuva a cair no alpendre. Gosto de chuva. Gosto de me sentar numa cadeira e olhar pela janela, e conseguir ver a chuva, mexendo-se diabolicamente por causa do vento. Até que gosto da chuva, mas não gosto de ficar exageradamente encharcada com ela. Não gosto de ir para a rua e de ficar toda molhada, até os dedos dos meus pés congelarem. Não gosto. Gosto de vê-la de longe, como um predador observa a sua presa, sossegado num ponto estratégico. A chuva é uma das coisas que me une a ti. Completamente. Hoje quando acordei e ouvir a chuva a primeira coisa que pensei foi "Será que lá está a chover?" Isto porque sei que quando acordaste foste ver a chuva e ficaste preso nela durante um bom bocado. Tal e qual como eu. Hoje apetecia-me ficar deitada no sofá, de pijaminha, com uma mantinha a tapar-me, a ver os filmes da tarde, agarradinha a ti. Não era pedir muito. Mas vai ser muito pelo contrário. Vou andar pela chuva e vou vê-la cair mesmo à minha frente e em cima de mim. Espero não ficar exageradamente encharcada, mas como chove hoje, não sei não... Vou andar até chegar a um sitio confortável para se estar, e vamo-nos sentar todos e conversar sobre sei lá eu o quê. Vamos todos dizer que temos frio e que estamos fartos de estar no mesmo lugar, mas assim que olharmos para o lado e virmos aquela chuva tão brava, vamos ficar contentes por termos arranjado aquele sitio tão... resguardado. Depois vou ter que ir para o comboio, com a mochila às costas e com os fones nos ouvidos. Preferia ter vindo sozinha. Gosto tanto de fazer a viagem de comboio sozinha. Mas tanto. Vou olhar pela janela a ver a chuva cair, as árvores abanarem e se Deus quiser, vou ver o fumo do cigarro preso na chuva.

A chuva faz-me lembrar de ti e faz-me sentir a tua falta. A chuva molha o meu coração e deixa-me assim... Fria por dentro mas quente por saber que pensas em mim na mesma maneira. É tão bom!
Amo-te muito

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