domingo, 20 de junho de 2010

A Praia


Caminho e começo a correr. Enfio os pés na areia fria. Corro e sinto o vento frio a bater-me na cara e a fazer com que os meus olhos sejam inundados por lágrimas. Corro e deixo tudo para trás das costas. Corro e perco-me pelo caminho. Corro sem rumo. E depois abrando até que me sento na areia húmida por causa da maresia. Sento-me e olho para o céu. E ali está a lua para completar o céu infinito. Arrepios invadem-me a espinha e o vento fica cada vez mais fraco, até que por fim se extingue. Deito-me e fito as estrelas, lá muito altas naquela escuridão. Fecho os olhos e em nada penso. E depois, sinto um toque frio a deslizar pelo meu ombro, e quando abro os olhos, deparo-me com os teus por cima dos meus, com os teus lábios próximos dos meus e a vontade de te beijar cresce. Depois, como se muito tempo tivesse passado, uniste os teus lábios aos meus numa sincronia maravilhosa. Deitaste-te ao meu lado. Dois corpos deitados na areia a contemplarem o céu. A escuridão imensa, com pequenas luzes brilhantes. Sem mais demora, olhamos um para o outro, e sem serem precisas palavras, despimo-nos, demos as mãos e fomos de encontro à imensidão do mar. Este estava tão quente... não mais do que os nossos corpos unidos.

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